Influenciador de Capinzal é denunciado no RS por envolvimento em esquema com rifas virtuais
Gladison Pieri, natural de Capinzal, foi denunciado junto da companheira, Pâmela Pavão, por crimes ligados a rifas virtuais. O casal está preso desde junho.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta quinta-feira (31) o influenciador digital Gladison Pieri, de Capinzal, e sua companheira, Pâmela Pavão, por envolvimento em um suposto esquema criminoso envolvendo rifas virtuais. Eles são acusados de associação criminosa, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar. O casal, que mora em Canoas (RS), segue preso preventivamente desde junho.
Além deles, outras quatro pessoas também foram denunciadas por participação no esquema. Três respondem ainda por lavagem de dinheiro e duas por jogos de azar. Segundo a investigação, as rifas eram usadas como fachada para movimentações financeiras irregulares e continuaram sendo promovidas mesmo após decisões judiciais que proibiam a prática.
Rifas ilegais e descumprimento de ordens
O casal já havia sido alvo de medidas cautelares como bloqueio das redes sociais, tornozeleira eletrônica e recolhimento de passaportes. No entanto, conforme o Ministério Público, vídeos publicados nas redes sociais comprovaram a continuidade das atividades, o que levou à reabertura do inquérito.
A prática de rifas virtuais é considerada ilegal no Brasil, salvo quando autorizada pelo Ministério da Fazenda, e apenas em casos de caráter beneficente. Investigações apontam que, até 2023, o dinheiro arrecadado com as rifas era depositado diretamente nas contas pessoais de Gladison e Pâmela.
Suposta tentativa de legalizar o esquema
Em 2024, o casal teria contratado uma empresa de títulos de capitalização com o objetivo de dar aparência de legalidade ao negócio, utilizando o modelo conhecido como “filantropia premiável”. No papel, 33,4% dos valores arrecadados com as rifas deveriam ser repassados a uma entidade social. Contudo, apenas 2,4% realmente chegavam ao projeto beneficente, segundo apontou o delegado Filipe Bringhenti.
“Para nossa surpresa, a empresa capitalizadora, que é a maior especialista no assunto dentre todas as partes envolvidas, protagonizou a negociação que terminou por deixar apenas 2,4%, ao invés de 33,4% do faturamento bruto com as rifas para a filantropia”, destacou o delegado.
O restante dos valores retornava ao casal por meio de contratos de publicidade.
Acusação de lavagem de dinheiro
A denúncia também sustenta que os valores arrecadados nas rifas eram mesclados com o faturamento de empresas do casal, dificultando o rastreamento da origem do dinheiro e configurando, segundo o MP, lavagem de dinheiro.
O que diz a defesa
A defesa dos influenciadores afirmou, em nota, que ficou surpresa com a denúncia, uma vez que o próprio Ministério Público havia anteriormente arquivado parte das acusações. Afirmou ainda que irá demonstrar no processo a “injustiça que se está fazendo com o casal denunciado”.
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